CASA DO JOVEM LEITOR

Os adultos por aí dizem que a galerinha de uns 15 a 20 anos não lê. Dizem que os jovens estão cada dia com menos conhecimento cultural, que só falam gírias e sabem escrever só se for usando abreviações – vc, tmj, qnd, tdb –, sabe como é né.

Mas, poxa, são eles os que cresceram e passam todos os dias lendo de tudo: são posts no Facebook, notícias no Twitter, comentários no Instagram e muitas mensagens nos grupos de WhatsApp. O problema é que poucos jovens estão lendo o básico, você entende, os livros.

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É comum que a leitura seja introduzida e trabalhada na vida das pessoas ainda quando são crianças, lá na Educação Infantil. Depois, conforme vão envelhecendo, as crianças e seus hábitos de leituras ficam cada um por si. Quero dizer, algumas professoras indicam livros e tem pais e familiares que servem de modelo de leitor para os pequenos, mas nem sempre o suficiente para que esse interesse se prolongue nos anos da juventude.

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Essa falta de interesse tem parte de sua causa na tecnologia, já que ela está aí batendo na porta a todo momento. As redes sociais têm dominado boa parte do tempo livre que, vocês, os jovens têm em seus dias. Sei que é muito fácil abrir um livro, ver que o celular tem uma mensagem nova – como uma mensagem da ou do crush, do BFF ou de qualquer rede social avisando que fulano postou algo novo – e largar a leitura sem nem ter lido duas páginas. Eu sei como é, já passei por isso uns anos atrás.

 

Além disso, acho que você aí do outro lado deve se identificar com isso, o jovem, muitas vezes, lê apenas aquilo o que lhe é imposto, como as temidas e cansativas leituras obrigatórias dos vestibulares. Nem todos podem contar com pessoas mais velhas, seja um amigo, a professora ou a família, que indiquem leituras estimulantes e com as quais o jovem se identifique. Isso é um grande problema, não é mesmo?

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Você já pensou em conversar com alguém que gosta muito de ler e perguntar quais tipos de livros e histórias são do seu interesse?

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Pequenos leitores incentivados desde cedo

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Existem diversos casos de jovens que têm o hábito de ler desde mais novos, tendo sido, em muitos casos, influenciados por causa da família. Eles podem ter crescido em um meio em que os familiares eram leitores e perceberam, desde cedo, a importância que uma leitura tem nada vida dos indivíduos, incentivando-a.

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Leticia é um exemplo. está a fim de conhecer? A jovem de 18 anos sempre teve o seu lado leitor estimulado por sua avó, quem era uma professora do Ensino Fundamental. Leticia contou que a primeira coisa que lembra de ter lido por vontade própria foi um gibi da Turma da Mônica (quem nunca?), o qual ganhou de sua mãe, quem desejava que a filha começasse a ler.

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Em seguida, não teve jeito, e Leticia logo se agarrou aos livros, pois estava ficando cansada de ler apenas os gibis. “Eu cansei rápido dos gibis e comecei a ler muitos livros, eles tinham mais ou menos umas 100 páginas, mas eu lia um, quase dois por dia. Foi meio que por interesse próprio, mas sempre incentivada pela família”, diz. Viu só como os pais, irmãos, avós e demais parentes são importante para formar o jovem leitor?! Você já conversou com a sua família sobre isso?

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Quando perguntei o que ela mais gosta de ler, Leticia respondeu “eu gosto de ler tudo, literalmente! Gosto de romance, ficção, suspense, terror, comédia, tudo mesmo”, diz. Além disso, as suas preferências de agora foram se construindo e se modificando com o passar do tempo. “Meu gosto mudou demais. Quando eu era menor lia livros mais “infantis”, com uma narrativa mais fácil, etc. Agora eu leio literalmente qualquer coisa. ‘Tipo’, eu leio Harlan Coben [autor de grandes livros de mistérios] e O Diário da Princesa ao mesmo tempo”.

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Projeto “quero ler mais!”

 

Ao contrário de Leticia, tem muita gente que começou a se interessar por leitura já mais velho, quero dizer, na juventude. Isso acontece porque é no período da adolescência em que vamos descobrindo do que gostamos e do que não gostamos, começamos a definir nossa personalidade e trabalhar as nossas afinidades com tudo o que está aqui no mundo no qual vivemos.

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Foi o que aconteceu com duas meninas muito legais: a Bianca e a Carolina. A Bianca passou a “entrar no mundo dos livros”, como ela mesma diz, no final do ano passado e ficou muito feliz com esse novo hábito.

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As leituras de Bianca estão sendo de tudo um pouco, mas sua preferência está nas histórias com mais suspense e emoção, além de, claro, ficção e fantasia. “Eu tô adorando suspense policial! Fantasias eu gosto de algumas, mas depende muito da história. Um romance também é bem-vindo!”, comenta a jovem. “Não sei se encaixaria em autoajuda, mas alguns dos livros sobre experiências de vida, que a pessoa cresceu bastante eu também tenho gostado”, acrescenta Bianca, mostrando que uma pessoa pode ter gostos diversos, sim!

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Você já participou de uma conversa para decidir o que é melhor: o livro ou o filme? Pois bem, o interesse literário de Carolina foi despertado justamente ao assistir os filmes que eram baseados em livros. “Tive curiosidade de conhecer a história escrita por trás dos filmes e foi aí que comecei lendo os livros das sagas como Percy Jackson ou Harry Potter”, diz a estudante de 15 anos.

 

Atualmente, ela afirma gostar mais de livros com uma pegada mais de terror, tipo O Iluminado, ou baseados em fatos reais, como O diário de Anne Frank. Ver uma jovem com gostos tão diversos, faz com que a gente se pergunte como ela descobre os livros que vai ler, né? Carolina diz que encontra referências em lugares diferentes: “eu gosto de procurar indicações com meus amigos ou mesmo na internet”. E você, como decide qual livro vai ler?

 

Para fechar a nossa conversa, Carolina disse que só lê quando sente vontade, mas que como quer mudar esse hábito, ela decidiu criar uma meta. Olha só que legal: “eu queria muito criar um hábito de ler todos os dias ou pelo menos a cada 2 ou 3 dias”, diz e ainda explica um dos motivos por trás dessa decisão. “Principalmente porque eu amo escrever e acredito que a minha escrita poderia melhorar muito especialmente na parte do vocabulário”. Espero que a sua meta seja atingida e multiplicada, Carolina!

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